Análise SWOT
- Tony Bryan Lopo
- 17 de set. de 2021
- 4 min de leitura
Atualizado: 21 de set. de 2021
16.09.2021 | Tony Bryan Lopo
Uma ferramenta bastante conhecida no meio empresarial por sua capacidade de auxiliar o planejamento estratégico no reconhecimento de cenários e dar embasamento a quais medidas devem ser tomadas, que muito já ouviram falar, porém poucos sabem seu real significado.
Assim, iniciamos nosso esclarecimento sobre a análise SWOT e o que a compõe.
História
A análise SWOT foi resultado do trabalho de pesquisa realizado na década de 1960 por Albert Humphrey, consultor em gestão do instituto de pesquisas da Universidade de Stanford. Neste período, o planejamento empresarial pouco difundido necessitava um método para a criação de planejamentos de longo prazo, executáveis e plausíveis.
Humphrey inicialmente propôs o acrônimo SOFT, formado por: Satisfactory (Satisfatório), Opportunity (Oportunidade), Fault (Falha), Threat (Ameaça) com o intuito de acrescer maior responsabilidade e objetividade ao processo de planejamento. Até que em 1964 Urick e Orr alteraram o F para W de Weaknesses (Fraquezas) e o S se referiria a Strengths (Forças), além de apresentarem a SWOT como uma ferramenta autônoma, independente do processo produtivo.
Sua próxima mudança foi apenas em 1982 em que Weihrich a modificou para o formato de uma matriz 2x2 a fim de combinar fatores internos e externos de modo que estruturasse de forma mais eficiente as estratégias adotadas pelas organizações. Desde então esta configuração tem sido usada.
O que é a Análise SWOT?
A análise SWOT, também conhecida como FOFA em português, é uma metodologia de planejamento estratégico que reúne dados a fim de caracterizar o cenário em que uma empresa se encontra para auxiliar a tomada de decisões.
Por ser uma ferramenta simples e versátil, é capaz de se adequar a empresas de diversos tipos e tamanhos, que considera separadamente dois ambientes: externo e interno. A sigla SWOT provém das iniciais de quatro palavras em inglês, que são:
Strengths, que significa Forças;
Weaknesses, que significa Fraquezas;
Opportunities, que significa Oportunidades;
Threats, que significa Ameaças.
Agora que você já sabe o significado da sigla, vamos entender a que cada palavra se refere, iniciando pelo ambiente interno, composto pelas Forças e Fraquezas.
Strengths (Forças)
Neste tópico são elencadas todas características que agregam valor a organização e que estão sob seu controle. São seus diferenciais competitivos, ou seja, o que motiva o cliente a optar por seu produto ou serviço ao invés do oferecido pelos seus concorrentes. As forças podem englobar atuação dos colaboradores, acesso a recursos e processos realizados.
Algumas perguntas úteis para a identificação dessas qualidades são:
Quais são os diferenciais da equipe?
Quais produtos fazem mais sucesso? E por quê?
Existe algo que apenas a organização é capaz de oferecer ao mercado?
A organização é reconhecida no mercado por algum motivo especial?
Qual nossa maior vantagem competitiva?
Weaknesses (Fraquezas)
Aqui são listados os elementos que prejudicam ou interferem o desempenho da empresa, colocando-a em desvantagem em relação à concorrência. São aspectos que impedem que a organização atinja um nível ótimo, precisando serem aprimoradas para aumentar a competitividade da organização.
O reconhecimento das fraquezas pode ser feito por questionamentos como:
Como é a qualificação das pessoas na organização?
Quais são as reclamações mais frequentes?
As matérias-primas são de qualidade?
Quais processos poderiam ser otimizados?
Há problemas no produto ou serviço que impactam negativamente a organização?
Depois de entender melhor o que compõe o ambiente interno, abordaremos as outras duas letras que se referem ao ambiente externo.
Opportunities (Oportunidades)
São fatores externos definidos pelo comportamento do mercado que podem trazer benefícios à empresa se bem aproveitados, bem como situações favoráveis ao crescimento ou aumento da competitividade da organização, que podem ser avaliadas por perguntas como:
Como agregar mais valor aos produtos e/ou serviços?
Quais são os desejos e objetivos dos clientes e como podem sem atingidos?
Que tendências estão em alta no setor?
Quais condições políticas, econômicas ou sociais podem ser favoráveis?
Quais novos mercados estão disponíveis?
Existem novidades tecnológicas capazes de serem aderidas?
Threats (Ameaças)
Por fim são enumeradas todas forças externas que podem afetar negativamente a empresa, colocando em risco suas vantagens competitivas ou seu desempenho e, portanto, requerem preparo e cautela caso se efetivem.
Algumas formas de listá-las são:
Alguma nova legislação ou regulamentação pode afetar a margem de contribuição?
Uma alta variação cambial influenciaria o processo produtivo?
O desenvolvimento de novas tecnologias no setor mudaria o funcionamento do setor?
Existem potenciais novos entrantes?
Como os ciclos econômicos afetarão a empresa?
Por que usar?
Um bom planejamento estratégico tem se tornado cada vez mais necessário no cenário empresarial brasileiro, dado que apenas 47,5% das empresas se mantêm abertas após 5 anos e 25,3% após 10 anos, segundo o IBGE (2018), neste contexto, realizar a análise estratégica do negócio seja para começar um empreendimento, revisar ou avaliar a situação da empresa, é de suma importância para manter competitividade no mercado.
Sendo assim, a análise SWOT permite alcançar uma visão holística do negócio, para o desenvolvimento dos pontos fracos e a potencialização os pontos fortes da empresa, bem como definir metas e acompanhar os resultados.
Como utilizar?
Normalmente a análise é feita a partir da construção de uma matriz 2x2, totalizando quatro espaços, um referente a cada palavra que compõe a sigla (Figura 1), em que serão preenchidos com seus respectivos dados de forma objetiva e realista. Uma maneira de prospectar tais informações seria o debate com a equipe de colaboradores, visando o maior número de percepções possíveis sobre o modelo de negócios. Depois, refinando as respostas e substituindo suposições por dados concretos.

Após montar a matriz, a organização será capaz de, diante dos dados informados nos quadrantes, definir suas estratégias e objetivos, possuindo maior clareza do que deve ser corrigido, aprimorado ou investindo para alcançar um maior desempenho e competitividade.
Quando usar uma análise SWOT?
Dada sua versatilidade como ferramenta para ser utilizada e, diversos setores e escalas, seu uso pode ser direcionado para a resolução de várias adversidades como a expansão para novos mercados, novos produtos ou serviços a serem ofertados, mudanças no modelo de negócios, ponderar uma oportunidade de investimento ou uma parceria em potencial.